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Não aponte o dedo para quem salvou vidas

Por Fernando Mineiro


À medida que 2022 se aproxima a oposição sem projeto se transforma em uma usina de alta produtividade de factoides políticos com vistas a desgastar o governo estadual. O bolsonarismo papa jerimum, que ainda não definiu sua candidatura ao governo e não sabe quem sobreviverá à briga de foice que os dois ministros travam para saber quem será o candidato do grupo ao senado, usa todas as armas, como é de seu gosto e feitio.

Isso explica, em parte, o quase desespero de quem ainda está em busca de um palanque oposicionista para chamar de seu no ano que vem. Óbvio que essa oposição terá seus candidatos e não deve ser subestimada. Até porque o bolsonarismo - entendido como uma concepção de mundo presente na sociedade extrapola a figura do Bolsonaro que "apenas" a despertou e deu visibilidade - tem força econômica, cultural e política em nosso estado e encontrará seus porta vozes nas eleições que se avizinham.


É no contexto de demarcação do território político com os olhos em 2022 que devem ser entendidas as movimentações da oposição e seus discursos raivosos reverberados pelas teclas de aluguel. A rede de filiais das fábricas de fake news opera a todo o vapor.


Um dos instrumentos usados pela oposição para atacar o governo é a chamada CPI da Covid-19, instalada na Assembleia Legislativa. Por meio de uma manobra regimental, a oposição tem maioria na Comissão em uma Casa Legislativa onde o governo tem maioria no plenário.


Comissões Parlamentares de Inquérito são instrumentos importantes e legítimos de fiscalização da administração pública, mas não podem e não devem se transformar em instrumento institucional de constrangimento de depoentes.


Basta acompanhar os depoimentos para constatar que o objetivo não é apurar a verdade relacionada aos contratos firmados pela Sesap com as empresas para as compras de bens e serviços que foram e são necessários ao enfrentamento da pandemia.


As oitivas - guiadas pelo afã oposicionista de busca de provas de irregularidades - são verdadeiras sessões de constrangimentos abusivos, principalmente quando os depoimentos são de mulheres servidoras públicas.


A oposição não quer apurar os fatos relacionados às ações executadas pela SESAP para salvar vidas ameaçadas pela pandemia. Quer encontrar e alimentar um discurso contra o governo para a disputa eleitoral de 2022.


Como até agora não encontraram provas de irregularidades pelo simples fato de que não ocorreram irregularidades, a oposição bolsonarista parte para os ataques aos servidores e servidoras da saúde. Cada depoimento é um espetáculo que busca criminalizar quem não mediu esforços para enfrentar o vírus que ceifou milhões de vida no mundo e milhares no Brasil e no Rio Grande do Norte.


Personagens políticos que desde 2020 estiveram ausentes e silenciosos diante da tragédia vivida pelo povo do nosso estado ressurgem apontando o dedo acusador para quem se arriscou diuturnamente para salvar vidas, enquanto eles se protegiam dos efeitos da pandemia.


Para atacar o Governo Fátima, transformam um legítimo instrumento de investigação legislativa em um capítulo de inquisição contra quem honrou e cumpriu sua missão em defesa do povo.


Os servidores e as servidoras vítimas de tentativas de criminalização por exercerem o seu ofício com dignidade e compromisso com a transparência e seriedade no trato da coisa pública merecem apoio e respeito por parte da sociedade que valoriza a vida acima de tudo. A eles e a elas, a minha mais absoluta solidariedade.


Os representantes do povo deveriam era prestar homenagens a esses homens e mulheres em reconhecimento ao àrduo trabalho feito para proteger as famílias potiguares .

Aos inquisidores de plantão, os versos finais de Benazir, canção de Chico César:


Não aponte o dedo

Para Benazir

Esse dedo em riste

Esse medo triste

É você

Benazir resiste

O olho que existe

É o que vê.


Fernando Mineiro

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