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Precisamos reconstruir o Brasil e combater o ódio às diferenças, defende Mineiro em entrevista

Atualizado: 13 de jul. de 2022


De passagem por Mossoró, o pré-candidato do PT a deputado federal Fernando Mineiro concedeu entrevista, na última segunda-feira, 11, aos jornalistas Bruno Barreto e William Robson, no programa Foro de Moscow, em que se comprometeu a ajudar a enfrentar o que considera hoje mais grave no Brasil: a fome, o desemprego, o alto custo de vida e o ódio às diferenças disseminado pelo bolsonarismo.


"Precisamos reconstruir o Brasil, mas, principalmente, enfrentar o grave problema que é esse ódio que foi disseminado em relação às diferenças. Eu tenho feito pré-campanha com esse intuito”, disse Mineiro no programa, cujo tema principal foi a intolerância bolsonarista, responsável pelo assassinato, na noite de sábado, 9, do guarda civil e militante petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, quando ele festejava com a família e amigos seu aniversário de 50 anos. Marcelo foi morto a tiros pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que invadiu o local da comemoração atirando contra a vítima simplesmente porque o tema da festa era Lula e o PT.


"Esse fato é resultado de um clima de intolerância e ódio plantado e estimulado, lamentavelmente, pela maior autoridade do país em termos de posto político, que é o presidente da República. O bolsonarismo estimula esse tipo de coisa. Trata as diferenças com ódio, com intolerância, e isso cria um caldo de cultura de não se respeitar e, inclusive, tirar a vida de quem pensa diferente. O assassino é um representante exclusivo e muito dedicado do bolsonarismo”, comentou.


Quanto à repercussão, disse que o PT nacional já havia se posicionado e também Lula. "Estamos a exigir a punição desse tipo de coisa, convocando a sociedade para barrar isso. E tem que barrar logo, tem que ter uma punição exemplar. Eu sei que no dia 2 de outubro a sociedade vai barrar o principal responsável por esse clima de intolerância no Brasil, que é o Bolsonaro. Mas até lá o que é que vai acontecer? Até lá o que será feito? É preciso que a gente denuncie. Aliás, os principais jornais do mundo repercutiram esse fato. Não é brincadeira. Não é um faz de conta. O que eles estão fazendo não é pra assustar. É pra matar mesmo. É isso que eles fazem e nós vamos enfrentá-los, denunciar, seguir em frente. Não vão nos amedrontar com esse tipo de atitude.”


Ao ser questionado sobre o silêncio dos candidatos ao governo do RN que apoiam Bolsonaro (apenas Fátima Bezerra, do PT, se pronunciou em suas redes sociais), Mineiro fez um alerta: “O que aconteceu é uma ameaça à sociedade. Não é ameaça a mim, ao PT. É a perversidade que está sendo alimentada. Ainda há tempo para que aqueles e aquelas que silenciaram se posicionem sobre isso, que busquem mostrar de que lado estão. As diferenças não podem ser tratadas com bala, com arma, na porrada, na eliminação da pessoa diferente, que pensa diferente. Lamentavelmente, querem criar um clima de instabilidade, de medo na sociedade, porque eles sabem que vão perder as eleições, então o que eles puderem fazer pra criar esse clima eles farão.”

Para Mineiro, só a união da sociedade, das pessoas civilizadas, das pessoas que respeitam as diferenças, pode combater e mudar isso. “Eu acho que boa parte das pessoas, da sociedade, já percebeu o perigo que estamos correndo, e acho mais: acho que muita gente que votou no Bolsonaro tá arrependida. Tenho encontrado muita gente que votou no Bolsonaro porque achava que a vida ia melhorar. Essas pessoas perceberam que foram enganadas. A ficha delas tá caindo, já caiu. Destruíram a família do brasileiro com o desemprego, com o ódio, com a fome, que voltou, e não há perspectiva para os jovens. Esse povo defende família onde?”.

Já o núcleo duro do bolsonarismo, aquele radical, odiento, que trata tudo na porrada, na brutalidade, precisa, na opinião de Mineiro, ter um corretivo. “O corretivo é a política, é a eleição, é dizer não a esse tipo de barbárie. A gente precisa resgatar esse país, reconstruir o Brasil. Eu jamais serei omisso diante dessa situação. Onde eu puder falar, eu falarei, onde eu puder levar minha voz protestando contra isso, eu levarei. Não quero ficar calado, não quero que o medo tome conta de mim. A gente teme ser agredido, mas não pode ficar imobilizado pelo medo. Não vou ficar em casa escondido por medo. Não vou! Vou buscar outras pessoas que pensem como eu, buscar outras pessoas que agem como eu, pra gente se fortalecer e enfrentar essa barbárie. A gente não pode deixar que o medo nos consuma, que o medo nos trave, que o medo nos aprisione. É isso que eles querem fazer. Eles querem criar o clima de terror, tocar o terror. Isso é terrorismo puro, pra que a gente fique com medo e não vá às ruas. Nós vamos às ruas enfrentá-los, porque tem muita gente que votou nele e hoje está mudando de ideia.”


Sem manifestar qualquer traço de ressentimento, o entrevistado falou que quer recuperar o mandato de deputado federal que lhe tomaram e que até hoje ainda não foi julgado. “Claro que eu gostaria muito de estar em Brasília na trincheira contra Bolsonaro junto com meus companheiros e companheiras, mas tenho a maior honra de ter sido convidado pela Fátima para o cargo de secretário de projetos e ter coordenado o projeto Governo Cidadão. Eu pude ficar aqui e fazer coisas, realizar, tirar do papel projetos que estavam desde 2013 parados, engavetados. Tenho o maior orgulho de ter destravado o Hospital da Mulher, que tá aí sendo concluído, e as reformas das escolas Governador Dix-Sept Rosado e Gilberto Rola, só pra citar três obras importantíssimas daqui. Tirei do papel investimentos da ordem de R$500 milhões e deixei obras contratadas no valor de R$380 milhões pra ser concluídas até o final do ano. Passei ontem na estrada que liga a RN-233 a RN-304 até Triunfo Potiguar. Tá lá a estrada sendo feita, obra que eu consegui colocar de pé.”


Mineiro fez, ainda, um resgate de sua trajetória política, desde o movimento estudantil até seu recente trabalho como gestor; lembrou de sua participação na fundação da CUT e do PT no estado e de sua atuação parlamentar (quatro mandatos como vereador e quatro como deputado estadual). “Acho que é dessa experiência que Lula precisa. Eu quero, em Brasília, a partir de 2023, ajudar Lula a reconstruir o Brasil. Quero ser a ponte entre o RN e Brasília, quero contribuir com o próximo governo da Fátima. Tenho andado, estou trabalhando, escutando as pessoas. Na reunião que fiz ontem em Caraúbas, tinha representação de dez cidades do Médio Oeste, lideranças do PT que me orgulho de ser parceiro, de ouvir, de aprender com eles, enfim, de contribuir com as questões da educação. O nosso estado perdeu um representante da educação na Câmara Federal quando Fátima foi pro Senado. Não tem voz na defesa da educação na Câmara Federal. Nosso estado perdeu. Eu quero ser essa voz, eu quero trabalhar nesse sentido, eu quero construir essa ponte, porque nós vamos precisar reconstruir o Brasil e nós vamos reconstruir o Brasil reconstruindo a educação, a cultura, a agricultura familiar. Eu estou muito otimista, apesar de tudo.”


Quanto ao governo do RN, apesar do amplo favoritismo de Fátima, Mineiro fez uma análise cautelosa quando lhe foi perguntado como estava vendo a disputa. “Eu não desprezo adversário. Não tem eleição ganha. Nós estamos bem, Fátima tá bem, a sociedade reconhece uma questão fundamental: a Fátima e a equipe organizaram esse estado. Tiraram o estado do caos, arrumaram a casa. O estado precisa de um novo mandato da professora Fátima, que já mostrou, como parlamentar e gestora, compromisso, dedicação, uma postura incansável de mudar, de organizar o Rio Grande do Norte. Agora, a eleição não está dada. Tá bem na pesquisa? Tá bem na pesquisa porque o povo reconhece, mas não tá dada. Por que não tá dada? Porque esse bolsonarismo é o adversário da Fátima. O adversário da Fátima não é A, B, C. É o bolsonarismo. Esse é o adversário da Fátima e ele tem candidaturas aqui no estado, tem um peso aqui no estado. Então não está dado. Nós estamos bem. Todas as pesquisas indicam vitória no primeiro turno, mas só que o dia da eleição é 2 de outubro. A campanha vai começar ainda, nós estamos na pré-campanha. As pesquisas têm que servir de estímulo para que a gente trabalhe mais e mais.”


Em relação à sociedade potiguar e brasileira, acredita que ela está mais madura, que sabe separar o joio do trigo e não quer retroceder. “Um dos adversários que nós temos é responsável pelo caos administrativo, foi vice-governador, e o outro é responsável pelo desemprego, o padrasto da deforma trabalhista. Nós temos aqui a tarefa de derrotar o candidato bolsonarista ao Senado, pelo que ele representa de ruim, de perversidade contra a classe trabalhadora, perversidade já comprovada, com a deforma trabalhista, com a deforma da previdência. Ou alguém acha que a deforma trabalhista não é um ato de perversidade política? Prometeram criar empregos e o Brasil tem a maior taxa de desemprego de sua história, prometeram desenvolvimento e o Brasil tá rodando pra trás, a fome voltou. Até os empresários sérios precisam e querem que haja revisão dessa deforma trabalhista. Sabe por quê? Porque não tem mais renda, e não tendo renda não tem comércio, não tem compra; não tendo compra, não tem produção. Sabe quem ganhou com a deforma trabalhista? A especulação financeira. Carlos Eduardo é o candidato do PT porque é o candidato da nossa federação que está melhor posicionado para derrotar o bolsonarista e padrasto perverso da reforma trabalhista.”

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